Clube Aventura do Barreiro: Boa prestação do CAB em prova marcada por temperaturas negativas

Os largos horizontes da região do Alto Tâmega e Barroso e a beleza que caracteriza este santuário natural, que engloba a Serra do Larouco e parte do Parque Nacional Peneda-Gerês, foi o palco da nossa abertura de época de Corridas de Aventura.
Mas, como em muitas situações, a extrema beleza convive com a extrema inacessibilidade: os nossos aventureiros souberam resistir à adversidade e foram recompensados pela descoberta e revelação de um património humano e natural único e em vias de extinção.
No primeiro ano com a tutela da Federação Portuguesa de Orientação, o 2º Campeonato Ibérico de Corridas de Aventura teve início na cidade de Chaves, pelas 9:00 horas de Sábado junto às termas, com uma etapa pedestre urbana com actividades de team-building, Tiro ao Alvo, Tiro com Arco entre outras. Sucederam-lhe, ininterruptamente, longas etapas de BTT, pedestres e run&bike, com um traçado muito estratégico a exigir elevada atenção à gestão do tempo, do esforço e navegação (orientação). Já pela noite dentro, a 6ª etapa com 13 km de canoagem e a 7ª etapa pedestre com 12 km veio pôr à prova a resistência física e anímica dos participantes, terminando cerca das 22:00 horas já em Montalegre.
As nossas equipas, a Elite Mista "CAB/Estoril XPD" e a Aventura "Estoril XPD 5", terminaram o dia, respectivamente em 5º e 20º lugares dos seus escalões, sendo que do 2º ao 5º classificado, no escalão Elite Mista, as equipas estavam “coladas”, a apenas com um CP de diferença.
Acantonados no moderníssimo pavilhão multiusos desta cidade, foi tempo de recuperar a temperatura dos corpos e as reservas energético/alimentares, esgotadas ao longo do dia.
A esta curta neutralização sucedeu-se a etapa mais difícil de toda a prova. Com partida às 5:30 da manhã, a “caravana dos duros” enfrentou temperaturas de –14º C, sim não é gralha: catorze graus negativos.
Uma constelação de luzes das bicicletas e frontais era visível pela montanha acima como a espelhar o céu estrelado na noite gélida.
Com o despertar da aurora pudemos sentir o extenso manto de gelo que cobria a paisagem raiana, e verificar a impossibilidade de hidratar devido ao congelamento dos “camelback” e bidons das BTT, já em terras galegas.
Sentindo a pressão competitiva, a nossa equipa de elite teve o único deslize estratégico da prova, ao tentar prolongar muito esta 8ª etapa. As difíceis condições de orientação, provocadas pela falta de actualização do mapa espanhol, foram determinantes no modo ingrato como a nossa equipa perdeu todos os (sete) CP’s conquistados nesta dura etapa, ao chegar 1 minuto e 28 segundos após o término da etapa. Por arrastamento não lhes foi possível partir para a etapa seguinte (canoagem), o que comprometeu irremediavelmente a luta por um lugar no pódio.
No entanto, a nossa equipa de aventura pôde testar as condições desta 9ª etapa, ao utilizar um kayak como quebra-gelo e trazer para o clube mais esta nova experiência.

As etapas seguintes, 10 km pedestre e 25 km BTT, em particular a pedestre, obrigaram os nossos aventureiros a superar um desnível acumulado superior a 1500 metros, e serviram para provar o bom início de época do CAB e fundar a expectativa de bons resultados neste regresso às Corridas de Aventura.
No final a equipa de Elite posicionou-se em 6º classificado com 46 CP’s e a equipa de Aventura em 21º nos seus escalões.
O “plantel” distribuiu-se da seguinte forma: António Neves, Esmeralda Câmara e José Neves constituíram a equipa de Elite, e o Tiago Costa, a Ângela Cruz, a Joana Neves e o Pedro Nogueira deram corpo à equipa de Aventura, o Nelson Picado, a Carla Rocha e a Vera integraram as equipas como elementos de assistência. Refira-se que sem a participação dos, também atletas, elementos de apoio não seria possível participar em evento com o nível de exigência desta modalidade de equipa.
Todas as classificações e informações da prova em http://www.geocities.com/montesevales/